Um povo heroico?
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Para nós, que vivemos na região das alterosas mineiras, setembro foi inesquecível. Durante aproximadamente um mês, os ipês amarelos nos agraciaram com um espetáculo fabuloso. As árvores floridas nos proporcionaram dias espetaculares. Enquanto nos dirigíamos para o trabalho, a minha esposa e eu tivemos de parar o carro várias vezes a fim de admirar o espetáculo que se descortinava diante de nós. Era simplesmente encantador.
Durante todo ano, em nosso vasto território, ocorrem espetáculos semelhantes a esse. Eles nos fazem pensar o quanto fomos agraciados por Deus como nação. Vivemos em um país lindo, rico, produtivo; sem sombra de dúvidas, um lugar ideal para viver.
Entretanto, apesar de sermos abençoador por Deus, cercados por inúmeras belezaes naturais, que revelam a sua grandeza, estamos ainda muito distantes, como nação, de ser um povo temente e grato ao Deus que graciosamente nos permitiu desfrutar as belezas do nosso lindo país.
O salmista disse: "Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor". Todavia, como nação, estamos a cada dia dando largos passos, não para nos aproximarmos do Senhor, mas para dele nos distanciarmos. Entre esses passos, podemos destacar três.
1. O encantamento com o consumismo. No momento, estamos inebriados com o nosso poder de compras. Nunca consumimos tanto, e muitos interpretam isso como sinal de benção, o que, infelizmente, não é. Estamos nos consolidando como um povo cujo prazer está em consumir a qualquer custo, sem levar em conta as consequências morais, sociais, espirituais, ambientais e econômicas. A isso, o apóstolo João chamou de concupiscência, ou melhor, paixão sem controle.
2. A "liberdade". No Brasil, estamos praticando um tipo de liberdade que, de acordo com a Bíblia, seria chamado de irresposabilidade. Jesus falou sobre liberdade, mas a liberdade pela qual Ele morreu é a liberdade santa e resposável; liberdade para amar e respeitar o próximo.
3 . A religiosidade. Em nosso país, vemos o surgimento e o crescimento de movimentos religiosos que oferecem soluções fáceis, simplistas e baratas para problemas complexos. Eles proliferam aceleradamente por todos os cantos do país. Todavia, o mais intrigante é como o povo responde positivamente a esse chamado quase que sem nenhum questionamento. O que de fato parece é que estamos, a cada dia, mais religiosos e mais ávidos por felicidade fácil, e menos piedosos.
O país mais católico do mundo, e também um dos mais evangélicos, é identificado mundo a fora com a corrupção, a sensualidade, a libertinagem (Carnaval), a violência e outras práticas que não acrescentam nenhuma nobreza à nossa reputação. A impressão que temos é que nossa religiosidade não está transformando o indivíduo, tampouco mudando a sociedade.
Nosso propósito através desse artigo é incentivá-lo à reflexão, ao pensamento crítico e a buscar o entendimento das Escrituras Sagradas para nossos dias.
Vamos nos empenhar para que, daqui a alguns anos, a nossa sociedade, influenciada pela comunidade cristã, possa ser reconhecida como um povo que vive nun país lindo, ensolarado, mas, que, acima de tudo, seja reconhecida com uma sociedade justa e piedosa.